Mulher é encontrada sem vida após realizar 'harmonização de bumbum' em clínica do Recife

A intervenção ocorreu no sábado (10), na clínica Bodyplastia, localizada no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. De acordo com familiares, o procedimento foi conduzido pelo médico Marcelo Alves Vasconcelos, que teria utilizado polimetilmetacrilato (PMMA), um composto conhecido por seu uso em preenchimentos estéticos.
Uma prima de Adriana relatou que ela era adepta de um estilo de vida saudável, praticando exercícios regularmente e sem histórico de problemas graves de saúde.
O atestado de óbito apontou como causas da morte "choque séptico" e "infecção no trato urinário". Familiares descobriram detalhes do procedimento apenas ao acessar o celular de Adriana após o falecimento, pois ela havia compartilhado a decisão apenas com seu filho.
Uma fiscalização emergencial realizada pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) identificou que o médico responsável não possui registro junto ao órgão e que o local onde o procedimento foi realizado não era adequado para tal intervenção.
O médico Marcelo Vasconcelos, por meio de sua defesa, negou qualquer relação entre o procedimento e o falecimento de Adriana. Em nota, afirmou que:
- Não pode divulgar detalhes sobre o procedimento devido ao sigilo profissional;
- Não há ligação comprovada entre a intercorrência e sua atuação;
- Todas as pacientes assinam um termo de consentimento ciente dos riscos;
Adriana não apresentava contraindicações e que o procedimento seguiu padrões rigorosos de segurança.
Ainda segundo a prima de Adriana, a clínica não prestou suporte ou forneceu informações após o ocorrido. "Tentamos contato, mas não houve apoio. Queremos respostas, mas ninguém atendeu. Foi uma dor imensa", disse ela.
Embora o uso de PMMA não tenha sido confirmado pelo médico, publicações da clínica nas redes sociais e no site oficial indicam que a substância é utilizada nos procedimentos oferecidos.
A página do médico destaca que o uso de PMMA é seguro se realizado por profissionais qualificados, em locais aprovados pela vigilância sanitária e com produtos autorizados pela Anvisa. No entanto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) manifestou posição contrária ao uso da substância e solicitou à Anvisa, em novembro de 2024, o banimento do material devido às preocupações relacionadas à saúde pública.