Lula está lúcido e orientado, sob cuidados semi-intensivos, afirma boletim médico
Essa transição já havia sido prevista pelos médicos na quinta-feira (12), quando informaram que a monitorização intensiva seria reduzida. Até então, Lula estava sob acompanhamento contínuo, típico de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar da mudança, ele permanece no mesmo quarto.
“O que define hoje o cuidado de UTI do presidente e de qualquer outro paciente é a monitorização contínua”, explicou a infectologista Ana Helena Germoglio. “A partir do momento em que a gente tira essa monitorização, significa que ele não está mais sob os cuidados de UTI. Contudo, o espaço físico onde o presidente está não muda, apenas os cuidados.”
Aos 79 anos, Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça, resultado de uma queda no banheiro de sua casa em outubro. Na quinta-feira (12), ele passou por um procedimento complementar para prevenir um novo sangramento na região, e o dreno intracraniano utilizado após a cirurgia foi retirado ao final do dia.
A previsão de alta segue inalterada, com expectativa de liberação na segunda ou terça-feira da próxima semana. Segundo a equipe médica, o exame neurológico do presidente está normal, sem qualquer indicativo de sequelas. A orientação principal é de repouso relativo, evitando esforço físico e situações de estresse emocional.
Os médicos reforçaram que o quadro neurológico de Lula está preservado e que ele não enfrentará restrições para as atividades normais após a recuperação. No entanto, durante o período de internação, visitas estão limitadas à família.
O presidente foi internado às pressas na noite de segunda-feira (9), após relatar dor de cabeça durante o dia. Inicialmente, acreditava estar gripado, mas um exame de imagem realizado ainda em Brasília detectou uma hemorragia intracraniana de cerca de três centímetros. Ele foi transferido imediatamente para São Paulo.
Embora a queda tenha ocorrido na região da nuca, o hematoma estava localizado no lobo frontal e no lobo parietal, algo explicado pelos médicos como consequência do movimento brusco do cérebro no impacto.
O lobo frontal, responsável por funções como movimentos voluntários, linguagem e habilidades cognitivas, e o lobo parietal, encarregado da integração de informações sensoriais, permanecem preservados. Segundo a equipe médica, a chance de o hematoma voltar a se formar é baixa, e Lula está apto para retomar suas atividades assim que concluir o período de recuperação.