Dólar atinge R$ 6,21 com foco nas reformas fiscais brasileiras e decisão de juros nos EUA

Imagem contém cédulas de dólar

O dólar iniciou a quarta-feira (18) em alta, alcançando a marca de R$ 6,21, em meio às incertezas fiscais no Brasil e a uma importante decisão de juros nos Estados Unidos. Os investidores estão atentos ao pacote fiscal proposto pelo governo brasileiro e à reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Na noite anterior, a Câmara dos Deputados aprovou parte do pacote de corte de gastos do governo federal. Um dos pontos aprovados proíbe a ampliação de benefícios tributários quando houver desempenho negativo das contas públicas. Outro aspecto importante é a ativação de um "gatilho" para limitar o aumento de gastos com pessoal em cenários de déficit primário — quando as despesas superam a arrecadação.

Ainda nesta quarta-feira, espera-se que a Câmara vote outros pontos cruciais, como ajustes na regra do salário mínimo e nos abonos salariais. As propostas seguirão para análise do Senado. O governo projeta economias significativas com as medidas: R$ 70 bilhões em 2025 e 2026, totalizando R$ 327 bilhões até 2030. A meta é atingir um déficit zero nos próximos dois anos, equilibrando receitas e despesas.

Apesar das intenções, o mercado financeiro demonstra ceticismo. Analistas apontam que o pacote não aborda gastos estruturais, como Previdência, pisos de investimento em saúde e educação, que tendem a crescer rapidamente e podem comprometer o ajuste fiscal a longo prazo. As medidas também encontram resistência por interferirem em promessas de campanha do presidente Lula.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Fed decide sobre a taxa de juros, com previsão de redução de 0,25 ponto percentual, levando os juros para o intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Juros menores lá podem beneficiar o Brasil, atraindo investidores em busca de maior rentabilidade proporcionada pelos títulos brasileiros, especialmente com a Selic em 12,25% ao ano.

No mercado, às 15h43, o dólar registrava alta de 1,95%, cotado a R$ 6,2146, após atingir uma máxima de R$ 6,2181. A moeda registra uma valorização acumulada de 1,01% ao longo da semana, 1,58% no acumulado do mês e 25,62% no total anual.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caía 2,10%, aos 122.074 pontos, refletindo o pessimismo do mercado com o cenário fiscal. Apesar disso, a expectativa é que medidas adicionais sejam anunciadas para reverter o pessimismo e dar maior equilíbrio à economia brasileira.